terça-feira, 19 de maio de 2009

Uma pessoa sem esperança é aquela que somente sabe esperar naquilo que tem nas mãos


Recordar as maravilhas do Senhor gera vida em nós. Aquele que consegue fazer uma leitura da sua vida, a partir da sua história, é uma pessoa que consegue ter a esperança naquilo que ainda virá. Existem pessoas que apenas aparentam estar vivas, mas, no seu íntimo, estão mortas, não têm memória, não têm lembranças… Uma pessoa morta é uma pessoa que não tem esperança.


Você consegue se lembrar das coisas que Deus fez na sua vida? Se o ato de recordar é viver, nós precisamos recordar aquilo que nos dá vida. Mas, infelizmente, há pessoas que somente param nas coisas ruins, naquilo que não deu certo na vida delas; e recordar as coisas ruins é voltar a sofrê-las.


São Paulo, na Carta aos Romanos, capítulo 5, relata o maior acontecimento da história: Deus entrega o Filho para que pudéssemos ser salvos. Essa passagem bíblica retrata o amor de um Deus que é capaz de deixar outras 99 ovelhas e sair em busca de uma que se perdeu…. E ainda assim, existe gente que continua a pensar nas coisas que não deram certo, nas coisas que o Senhor deixou de realizar.


Uma pessoa sem esperança não traz metas para sua vida, vive sem perspectiva. Vive as situações de qualquer maneira e coloca certas coisas como se fossem o último momento da vida. A nossa meta não é o momento presente, mas sim, o que estamos construindo no momento presente. Não podemos olhar para trás e ver as coisas que o Senhor não fez para nós. Devemos ver o que Ele já fez por cada um de nós, e o maior sinal está na cruz. Há pessoas que ainda sofrem com coisas perdidas por situações ocorridas há anos. São pessoas que ainda estão apegadas a essas coisas, lamentam por terem vendido isso ou aquilo…


Uma pessoa sem esperança é aquela que somente sabe esperar naquilo que tem nas mãos. Por essa razão, você já pode ter esperança, porque a salvação está em suas mãos! A alegria, a felicidade e a plenitude da vida, pelas quais esperamos, estão em nossas mãos! O que estamos fazendo?


Recordar nossa história não é procurar por aquelas coisas que o Senhor não realizou, mas sim, por aquilo que Ele já realizou. E o maior acontecimento está na cruz. Nela Cristo deu a vida para que eu e você não morrêssemos. Na cruz o Senhor deu a vida por cada um de nós e também por aqueles que ainda virão. Isso é motivo de alegria! É motivo de espera em Deus e de ter a certeza da intervenção d’Ele naquilo que hoje nos faz sofrer, seja por uma situação de adultério, seja pelo desemprego, saúde, entre outros…

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Foi com esta oração que o Papa Leão XIII consagrou o século XX à terceira pessoa da Santíssima Trindade


Foi com esta oração que o Papa Leão XIII consagrou o século XX à terceira pessoa da Santíssima Trindade, mesmo século em que surgiu a Renovação Carismática Católica"

“Repita-se no povo Cristão o espetáculo dos Apóstolos reunidos em Jerusalém, depois da ascensão de Jesus ao céu, quando a Igreja nascente se encontrou reunida em comunhão de pensamento e de oração com Pedro e em torno de Pedro, pastor dos cordeiros e das ovelhas.
Digne-se o Divino Espírito escutar da forma mais consoladora, a oração que sobe a Ele de todas as partes da terra. Que Ele renove em nosso tempo os prodígios como de um novo Pentecostes, e conceda que a Santa Igreja, permanecendo unânime na oração, com Maria, a Mãe de Jesus, e sob a direção de Pedro, dilate o reino do Divino salvador, reino de Verdade e Justiça, Reino de amor e de paz.”


Veni Creator Spiritus

Vinde Espírito Criador, as nossas almas visitai,
e enchei os nossos corações com vossos dons celestiais.

Vós sois chamados o Intercessor, do Deus excelso o dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar.

Vós sois doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai.
por Ele prometido a nós e por nós seus feitos proclamai.

A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor.

O nosso inimigo repeli e concedei-nos vossa paz,
se pela graça nos guiais, o mal deixamos para traz.

Ao Pai e ao Filho Salvador, por vós possamos conhecer,
que procedei do seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.

AMÉM!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Ele devia estar extremamente aflito. Seu melhor Amigo pendia naquela cruz. Pouco antes da morte ele escutara palavras de confiança e dor: “Filho, eis


Toda mãe tem um jeito especial para consolar seu filho. É comum vermos aquela cena do neném chorando no colo dos parentes e amigos. Só o colo da mãe é capaz de fazer a criança parar de chorar e até dormir com aquela sensação gostosa de segurança. Imagino que esta tenha sido a experiência do apóstolo João ao pé da cruz (cf. João 19, 25). Ele devia estar extremamente aflito. Seu melhor Amigo pendia naquela cruz. Pouco antes da morte ele escutara palavras de confiança e dor: “Filho, eis aí a tua mãe; mãe eis aí o teu filho”.


Normalmente imaginamos que com aquele gesto, Jesus pedira que João cuidasse de sua mãe. De fato, foi isso que aconteceu. João levou Maria para sua casa e cuidou dela até o final de sua vida. Mas podemos também inverter a história. Naquele momento, o jovem João precisava muito mais de cuidado do que a Santíssima Virgem Maria. Imagino que ela tenha dito palavras de encorajamento para ele e o tenha consolado em todas as suas aflições. E foi assim durante muitos anos. Logo em seguida, quando os apóstolos se dispersaram por medo de serem perseguidos, Maria o consolava.


Quando estavam no Cenáculo, antes de Pentecostes, Nossa Senhora estava lá. Certamente ela dizia palavras de consolo e fortaleza. O Pentecostes dela já começara em Nazaré. Ela já estava “cheia de graça”. Por isso o céu já vivia plenamente no seu coração. Quem vive assim, pode consolar os irmãos que vivem “gemendo e chorando neste vale de lágrimas”.


Maria consola também cada um de nós em nossas aflições. Quando estamos diante das cruzes da vida, devemos procurar o colo da Mãe. Ali conseguiremos o sono tranquilo de crianças que sabem que estão seguras.


Mas qual seria o consolo da Virgem Maria? Seria uma palavra, um olhar de ternura, uma prece confiante, um conselho de paz, um afago, uma resposta de solução? Tudo isso ela faz, como tem feito nas diversas aparições aprovadas pela Igreja, como as de Lourdes e de Fátima. Mas o principal consolo é “mostrar-nos seu Filho, Jesus”! Certamente foi isso que ela disse a João:


- Filho, Ele voltará… Ele ressuscitará… a morte não pode vencer o amor!


Nomalmente nossas aflições têm alguma coisa a ver com a morte. Quem não tem medo de morrer?

Rezamos, na Ave-maria, que a Mãe Santíssima esteja nos consolando “agora e na hora de nossa morte”. As pequenas mortes de todos os dias costumam nos afligir. Você recebe uma notícia ruim e seu coração fica pálido de tristeza.


Procure o colo da Mãe de toda consolação. Ela apontará para a cruz e dirá:

- Ele não está ali.

Ela apontará para a sua cruz e dirá:

- Com meu Filho você vencerá este momento de aflição. Creia, ame, espere!


Maria aprendeu essa lição quando Jesus se perdeu no meio da multidão, aos doze anos. Foram encontrá-Lo em Jerusalém, no templo, conversando com os doutores da lei.


Ela disse:

- Teu pai e eu te procurávamos aflitos.

Nessa ocasião o Menino os consolou:

- Não sabíeis que devia estar na casa de meu Pai?


Esta é a forma de buscar o consolo. Maria entendeu. Temos que procurar Jesus na casa do Pai. Se você está muito aflito com alguma situação, procure uma igreja; fique um momento em silêncio; consagre seu coração a Virgem Maria. Ela o pegará no colo e o colocará junto de seu Filho, Jesus. Ali não temos mais razão para permanecer com medo ou aflitos. É exatamente isso que diz o Salmo 22: “A vossa bondade e misericórdia hão de seguir-me por todos os dias de minha vida. E habitarei na casa do Senhor por longos dias” (Salmo 22, 6).


Consoladora dos aflitos, rogai por nós!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O milagre é realizado a quatro mãos. Mãos de Deus e mãos humanas. O que deixo de fazer ou o que negligencio agora poderá comprometer o bem a que Deus


Não temos o direito de pedir a Deus que faça um círculo ser quadrado. Como sabemos, as regras da vida precisam ser consideradas. Se compreendermos essas regras, certamente vamos alcançar uma fé madura e crescer como pessoas responsáveis.


A psicologia nos ensina que um dos elementos que acenam para a maturidade da pessoa é justamente sua capacidade de assumir as responsabilidades e responder pelos erros.


O nosso jeito de praticar a religião nem sempre é maduro, isso porque muito facilmente acreditamos que Deus resolverá todos os nossos problemas. Insistimos em acreditar que Ele nos livrara de todas as consequências de nossas escolhas erradas, e que uma vida em Deus é uma vida sem problemas. Engano! Quanto mais crescemos em Deus, maior é a necessidade que temos de purificar os nossos excessos. Esses excessos se dão em todos os detalhes de nossa personalidade, desde as nossas compreensões mais simples até mesmo às compreensões mais elaboradas.


O jeito como reagimos diante de uma determinada situação depõe contra ou a favor do que consideramos como maduro em nós. A maneira como interpretamos as coisas ruins que nos acontecem é um modo interessante de medir o nosso grau de maturidade

A maturidade também se expressa no que pedimos. Outro exemplo simples: uma pessoa fumou a vida inteira, nunca se esmerou por lutar para deixar o vício, e, num determinado momento, descobre que tem câncer. Então se coloca a pedir a Deus um milagre. É justo? A doença não nasceu das escolhas que fez? Tenho o direito de colher o que na verdade não plantei? Acho pouco provável.


O milagre é realizado a quatro mãos. Mãos de Deus e mãos humanas. O que deixo de fazer ou o que negligencio agora poderá comprometer o bem a que Deus já me destinou. O Senhor não quer as tragédias do mundo. As tragédias humanas são construídas aos poucos por nós mesmos. É preciso maturidade para assumir. Jogar a culpa de nossas desgraças nas costas de Deus é muito simples. Assim ficamos eximidos de qualquer responsabilidade ou comprometimento.


Grandes acidentes acontecem com pequenos descuidos. Ao dizer que nem mesmo um fio de cabelo cai de nossa cabeça sem que o Pai do céu permita, Jesus não se refere a acidentes absurdos. A permissão de Deus está sempre conectada à natureza de Sua bondade. Deus é bom. Não há variações em Sua vontade. O Seu querer para a vida humana é sempre a vida, e vida em abundancia. De Deus não nascem tragédias. Os acontecimentos trágicos do mundo não são frutos de permissões divinas, mas sim, de deliberações de nossa vontade.




(Trecho extraído do livro "Quando o sofrimento bater à sua porta")